O estranho homem tatuado

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Ele era assustador. Sentado na grama com seu cartaz de papelão, seu cão (que era adorável) e tatuagens por ambos os braços e pescoço. Seu cartaz anunciava que estava cansado e com fome e pedia ajuda.   

 

Eu me sinto compelida a ajudar qualquer um que necessite.

 

Meu marido, ao mesmo tempo, adora e odeia esta minha "qualidade".

 

Isto, freqüentemente, o faz nervoso, e eu sabia que se me visse naquele momento, ele ficaria nervoso. Mas ele não estava comigo.

 

Eu arranquei vagarosamente com o carro e através do retrovisor, contemplei aquele homem, com tatuagem e tudo. Talvez quarenta anos...

 

Usava uma daquelas bandanas amarrada sobre a cabeça, estilo pirata.

 

Qualquer um poderia ver que ele estava sujo e tinha a barba bagunçada.

 

Mas se você olhasse bem de perto, veria que suas coisas estavam bem organizadas em um pequeno pacote. Ninguém parava para ele.

 

Eu via que os outros motoristas davam uma rápida olhada e já prestavam atenção em outra coisa - qualquer outra coisa.

 

Estava muito quente. Eu podia ver nos olhos do homem como deprimido e cansado se sentia. O suor escorrendo pelo rosto, enquanto eu estava com o ar condicionado ligado.

 

Eu peguei minha bolsa e tirei uma nota de dez reais.

 

Francisco, meu filho mais velho, com doze anos, sabia exatamente o que eu estava querendo fazer.

 

- Posso levar para ele, mãe?

 

- Sim, mas tenha cuidado. Eu o adverti e lhe entreguei o dinheiro.

 

Eu prestei atenção, pelo espelho, enquanto meu filho se aproximou do homem, e com um sorriso tímido, lhe entregou o dinheiro.

 

Eu vi o homem, assustado, levantar-se, pegar o dinheiro e guardar no bolso de trás.

 

- Bem, - pensei comigo mesma - pelo menos agora ele poderá comer alguma coisa.

 

Me senti satisfeita e orgulhosa de mim mesma. Eu tinha feito uma boa ação e agora eu poderia continuar meu dia.

 

Quando Francisco voltou ao carro, olhou-me com tristeza, os olhos suplicantes, e disse:

 

- Mãe, o cachorrinho está com muito calor.

 

Eu sabia que tinha que fazer mais. E pedi ao Francisco:

 

- Volte e diga-lhe para ficar por ali, estaremos de volta em 15 minutos.

 

Francisco saiu do carro e correu até o desconhecido tatuado. Eu pude notar como o homem estava surpreso. Mas concordou.

 

Corremos até o supermercado mais próximo. Compramos alguma comida; um saco de ração e uma vasilha de água para o cachorrinho; duas garrafas de água (uma para o cão, uma para o Sr. Tatuagem) e mais alguns biscoitos para o homem.

 

Voltamos rapidamente ao ponto onde o deixamos, e lá estava ele, esperando imóvel.

 

E ninguém mais parava para ele. Com as mãos tremendo, eu agarrei os sacos e sai do carro, todas as minhas quatro crianças seguiram-me, cada uma carregando um "presente". Enquanto andávamos até ele, eu tive um pequeno receio:

 

E se ele for perigoso?

 

Quando olhei em seus olhos vi algo que me assustou e me deixou envergonhada por meu julgamento. Eu vi lágrimas. Ele lutava, como um menino, para segurar as lágrimas.

 

Há quanto tempo ninguém mostra alguma bondade com este homem?

 

Eu disse a ele que eu esperava que não estivesse muito pesado para ele carregar e mostrei o que tínhamos trazido.

 

Ele parecia uma criança no Natal. Quando peguei a vasilha para água, ele a arrebatou de minhas mãos como se fosse ouro e me disse que não tinha como dar água a seu cão.

 

Meus olhos encheram-se de lágrimas quando ele disse:

 

- Madame, eu nem sei o que dizer. Então colocou as mãos sobre a cabeça e começou a chorar.

 

Este homem, este homem "assustador", era tão delicado, tão doce, tão humilde.

 

Eu sorri, me segurando e disse:

 

- Simplesmente não diga nada.

 

Enquanto nos afastávamos, pude percebê-lo ajoelhado, os braços em torno de seu cão, beijando seu focinho e sorrindo.

 

Eu tenho tanto... minhas preocupações agora me parecem tão tolas e insignificantes.

 

Eu tenho um lar, um bom marido, quatro belas e sadias crianças. Eu tenho uma cama confortável. Eu gostaria de saber onde aquele homem dormiria à noite.

 

Minha filha, Clara, virou-se para mim e disse com a voz muito doce:

 

- Mãe, estou me sentindo tão bem...

 

Embora pareça que nós tenhamos ajudado, o homem com suas tatuagens é que nos deu um presente, do qual jamais me esquecerei. Ele ensinou que não importa a aparência, dentro de cada um de nós existe um ser humano merecedor de bondade, de compaixão, de aceitação.

 

A cada noite eu oro para o homem com as tatuagens e seu cão. E eu espero que, ao longo de minha vida, Deus envie mais pessoas como ele para me lembrar do que é realmente importante.

 

 

"Aprendemos a voar como pássaros, a nadar como peixes, mas não aprendemos a conviver como irmãos." - Martin Luther King

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