Retrato de um cristão autentico:
- Antes de mais nada, essa pessoa é generosa. Vê Cristo no seu próximo, e trata-o invariavelmente com consideração, está sempre disposta a ajuda-lo, mesmo à custa de transtornos e aborrecimentos. É a caridade. Depois, é uma pessoa alegre e otimista. Parece irradiar um resplendor interior que a faz ser notada em qualquer reunião. Quando está presente, é como se o sol brilhasse com um pouco mais de luz: a gente sorri com mais facilidade, fala com maior delicadeza. É a alegria.
- É uma pessoa serena e tranquila. Os psicólogos diriam dela que tem uma “personalidade equilibrada”. A sua fronte poderá franzir-se com preocupações, mas nunca por uma aflição ou angústia. É equânime, e portanto a pessoa idônea a quem se recorre em casos de emergência. É a paz. Não se irrita facilmente: não guarda rancor pelas ofensas, não se perturba nem fica desapontada quando as coisas lhe correm mal ou as pessoas se comportam mesquinhamente. Poderá fracassar seis vezes, e recomeçará a sétima sem ranger os dentes nem culpar a sua sorte. É a paciência.
- Não se revolta com o infortúnio e o fracasso, com a doença e a dor. Desconhece a autocompaixão: levantará ao céu os olhos cheio de lágrimas, mas nunca cheios de revolta. É a longanimidade. Defende com firmeza a verdade e o direito, mesmo que todos a deixem só. Não está orgulhosa de si própria nem julga os outros; é lenta em criticar e mais ainda em condenar; suporta a ignorância e as fraquezas dos outros, mas jamais compromete as suas convicções, jamais contemporiza com o mal. Na sua vida interior, é invariavelmente generosa com Deus, sem procurar a atitude mais cômoda. É a bondade.
- É amável. Todos a procuram nos seus problemas e encontram nela o confidente sinceramente interessado; saem aliviados simplesmente por terem conversado com ela, pois tem uma consideração especial pelas crianças e anciãos, pelos aflitos e atribulados. É a benignidade. É delicada e está cheia de recursos. Entrega-se totalmente a qualquer tarefa que surja, mas sem a menor sombra da agressividade do ambicioso. Nunca procura dominar os outros. Sabe raciocinar com persuasão, mas jamais chega à polêmica. É a mansidão.
- Sente-se orgulhosa de ser membro do Corpo Místico de Cristo, mas não pretende coagir os outros a seguir a sua religião. Por outro lado, menos ainda sente respeitos humanos por causa das suas convicções. Não oculta a sua piedade e defende a verdade com prontidão, quando esta é atacada na sua presença; a religião é para ela o mais importante da vida. É a fidelidade. O seu amor a Jesus Cristo fá-la estremecer ante a mera ideia de atuar como cúmplice do diabo, de ser ocasião de pecado para alguém. No seu comportamento, modo de vestir e linguagem, há uma decência que a faz – a ela ou a ele – fortalecer a virtude dos outros, jamais enfraquecê-la. É a modéstia.
- É uma pessoa moderada, com as paixões firmemente controladas pela razão e pela graça. Quer coma ou beba, trabalhe ou se divirta, em tudo mostra um domínio admirável de si. É a continência. Sente uma grande reverência pela faculdade de procriar que Deus lhe deu, por Deus ter querido compartilhar o seu poder criador com os homens. Vê o sexo como algo precioso e sagrado, um vínculo de união, para ser usado unicamente dentro do âmbito matrimonial e para os fins estabelecidos por Deus; nunca como divertimento ou como fonte de prazer egoísta. É a castidade.
- E aqui temos o retrato do homem e da mulher cristãos: caridade, alegria, paz, paciência, longanimidade, bondade, benignidade, mansidão, fidelidade, modéstia, continência e castidade. Podemos conferir o nosso perfil com o do retrato e ver onde nos separamos dele.
Trecho do Livro A fé Explicada de Padre Leo Trese. Ed Quadrante
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