SENTIMENTO E AÇÃO X PECADO


Existe uma grande confusão dentro de nós, onde confundimos sentimento com pecado.

Qual é a origem da confusão? É que, entre o sentimento e a ação, existe um espaço, onde se encontra o “livre-arbítrio”.

É neste espaço que se dão as decisões e que vão nortear as nossas ações. As ações podem ser pecaminosas ou não.

No Evangelho, Jesus compara o Reino com um homem que tinha dois filhos e pediu para um ir trabalhar na vinha e pediu também ao outro. O primeiro, manifestou seu sentimento de ir, d disse “eu vou”, não foi. Outro, não sentindo vontade de ir, disse “não vou”, mas foi. E Jesus pergunta: quem dos dois fez a vontade do Pai? E todos respondem que quem fez a vontade do Pai foi aquele que agiu conforme havia sido lhe solicitado, e não o outro que que sentiu vontade, mas não foi, não agiu. Assim, fica claro que não é o sentimento que será levado em consideração, mas a ação efetiva.

Sinto vontade de ajudar os outros..., mas nada faço! Que valor tem isto?

Sinto raiva de alguém, vontade de trair minha esposa, vontade de trair meu marido, sinto ódio de alguém, sinto inveja de alguém. Qual pecado existente aqui? Nenhum! Ninguém controla seus sentimentos!

Agora, o fato da gente não controlar os sentimentos, não significa que podemos agir sempre conforme eles nos manifestam.

Assim, sentir vontade de trair esposo ou esposa não me dá o direito de assim agir!

Jesus, na sua hora, sentiu vontade de ir para o calvário? Qual foi sua oração? Foi uma oração onde manifestou, externou seu sentimento: “Pai, afasta de mim este cálice!” Ele não escondeu seu sentimento, partilhou (“Minha hora está chegando e minha alma está muito triste”). Mas, apesar deste sentimento, ele AGIU de forma contrária ao que sentia.

Madre Teresa de Calcutá sentia sempre vontade de estar com os pobres, cuidando deles? Uma pessoa disse que jamais faria o que ela faz, ainda que lhe pagasse 1 milhão de reais, e ela respondeu: “eu também não!”. Ou seja: não fazia sempre o que fez porque sentia, mas porque percebia que era a vontade do Pai, percebia que era a sua missão!

No Pai nosso rezamos: “Seja feita a vossa vontade...” Assim, podemos e vamos sentir muitas coisas diferentes e contrárias aos valores do Reino, aos valores de Jesus, mas devemos buscar fazer sempre a sua vontade.

Entre o sentimento e a ação está a vontade. Qual é a minha vontade? A minha vontade é fazer o que Jesus fez, é fazer o que é esperado de um cristão?

Então, APESAR de eu sentir raiva, inveja, ódio, desejo de vingança, desejo de traição, orgulho, ojeriza, etc., vou, pela minha vontade, AGIR conforme os valores do Reino, conforme os valores do Evangelho.

Daí que nossa vida de oração, de espiritualidade consta de “educar nossa vontade”, não nosso sentimento, que é incontrolável.

Podemos até pedir a graça de sentir o que Jesus sentia. É a música do Pe.Zezinho; “sentir o que Jesus sentia...” (um dia uma criança me parou...).

Eu conheço uma pessoa que morreu por causa de seus sentimentos. Ele não conseguia externá-los e muito menos se perdoar. Quando sua filha me disse o que se passava com seu pai, eu lhe disse: “você tem consciência que seu pai vai morrer, quando poderia viver, devido a ele não se perdoar, não externar seus sentimentos, pelo seu alto grau de culpa que julga ter por sentir o que sente?” Ela disse: “sim, eu tenho consciência disto”. E o pai dela morreu.

Sentimentos são confundidos com ações, e daí ficamos nos culpando, e sentimento de culpa é um dos mais arrasadores, um dos maiores causadores de angústias, doenças, e em alguns casos, doenças terminais.

Conheço gente que, devido a nunca externar seu sentimento, nunca externar sua angústia, um belo dia se encontrou com uma doença que lhe arrancou rapidamente a vida.

Sentimentos não externados geram morte (angústia, depressão, doença, etc..).

Sentimentos tratados como pecados é uma deformação de um modelo que nos foi colocado que nada tem a ver com a verdade.

Jesus sentia, externava o que sentia, e agia conforme a vontade do Pai.

No Getsâmani, externou sua tristeza, seu sentimento de que as coisas não acontecessem como aconteceram, mas fez a vontade do Pai.

Daí que o cristianismo significa conhecer a vontade do Pai, os valores do Reino, e apaixonar-se por este Reino, e desejar, ter a vontade de agir conforme os valores do Reino. Agora, os sentimentos... bem, estes vou pedir a graça de alinhá-los com os de Jesus, como diz São Paulo: “tende entre vós os mesmos sentimentos de Cristo Jesus”. Mas, lembremos que Paulo distinguiu muito bem que o que importa é a ação. Um dia Paulo falou “não faço o bem que quero (sinto), mas sim o mal que não quero”. Em outras palavras: não adianta sentir o que devo fazer, o que interessa é o que efetivamente eu faço.

No Evangelho de Mateus Jesus não fala: “vinde a mim vós que sentistes pena do pobre, do faminto, que sentistes compaixão do doente, que sentistes a prisão das pessoas”. Não! Jesus diz: “vinde a mim vós que ME DESTES de comer, ME DESTES de beber, ME VESTISTES...” Ou seja: “vinte a mim todos que AGIRAM conforme a vontade do meu Pai, conforme os valores do Reino’.

Então, para resumir, duas coisas importantes a respeito do sentimento:

a)     Externá-los, sempre que possível, não em forma de ação, mas em forma de partilha. Tem gente que fala “sou sincero, e não escondo nada, e faço assim mesmo”. Isto não é sinceridade evangélica, isto é não “educar seus sentimentos”.

 

b)     Sentimentos considerados ruins, nefastos, negativos, não são pecados! Pecado é o que eu faço, o que eu ajo, o que eu efetivamente executo!

 

Vamos ser livres! “Conhecereis a verdade e a verdade vos libertará”. A verdade consiste no amor ao próximo. E, mesmo que eu não sinta isto, se eu agir desta forma, amando o próximo, perdoando, acolhendo... estarei fazendo o Reino.

Na parábola do bom samaritano, com certeza o sacerdote e o levita sentiram solidariedade com o caído ao chão. Já o samaritano, não deve ter sentido nenhuma atração, por saber que não era pessoa bem quista. No entanto, segundo o Evangelho, o que amou o próximo não foi o que sentiu amor, mas o que efetivamente amou, com ações prática.

 

É fácil amar alguém quando SENTIMOS amor por ela. O difícil é amar alguém quando NADA sentimos por ela. Isto é amor.

Por isso, quando estiveres diante de uma pessoa difícil, que lhe causa repulsa, não enxergue diante de você um empecilho, mas uma possibilidade de treinar o amor. Pois amar é verbo, que tem que ser conjugado, e sua conjugação consiste em fazer o que ele, o amor, nos indica, e não o que meu sentimento aponta.

Ame as pessoas mais do que elas merecem!                                                         

      Marco Aurélio de Souza 

 

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