Visitas que não se esquecem - Dom Redovino Rizzardo

Para o povo da Bíblia, a visita era sagrada. A acolhida ao peregrino que surgia inesperadamente na soleira da porta, podia reservar uma graça há muito tempo esperada. Atrás do desconhecido que pedia acolhida, talvez se escondesse um anjo ou o próprio Deus. Foi o que aconteceu a Abraão, ao hospedar em sua casa três forasteiros. O amor suscitado por essa visita foi fértil e se transformou numa vida nova na pessoa de Isaac (Cfr. Gn 18,1-14). Quando feitas por amor, as visitas são sempre uma presença de Deus, que chega para “salvar o seu povo”, como reconheceu Zacarias, depois de verificar os frutos do encontro de sua esposa Isabel com a parenta Maria, que batia à porta de sua casa: «Quem sou eu para receber a visita a mãe do meu Senhor? Quando a tua saudação chegou aos meus ouvidos, a criança deu um salto de alegria em meu seio» (Lc 1,43-44.68). As conversões mais complicadas operadas por Jesus aconteceram no aconchego de um lar. Foi ali que ele conseguiu regenerar dois corruptos – Mateus (Mt 9,9) e Zaqueu (Lc 19,9) – e uma prostituta (Lc 7,48). Penso de não estar exagerando ao afirmar que as mesmas graças inundaram também a minha vida no encontro particular que mantive, no dia 3 de setembro, com o Papa Bento XVI. Não foi uma visita de cortesia ao “chefe”, para lhe demonstrar submissão e respeito. Com ela, o que eu quis, foi renovar a unidade com o Sucessor de Pedro, a quem Jesus asseverou um dia: «Pedro, eu rezei por ti, para que a tua fé não falhe. E tu, uma vez convertido, fortalece os teus irmãos» (Lc 22,32). Como preparação para esse evento que considero extraordinário, de 4 de maio a 15 de agosto, percorri aproximadamente 10.000 quilômetros, visitando, uma a uma, 46 das 48 paróquias que formam a Diocese de Dourados. Nos diversos encontros que mantinha com as lideranças locais, eu lhes dizia que não desejava comparecer diante de Bento XVI carregado apenas de minhas experiências mais ou menos felizes adquiridas como bispo; mas queria, sobretudo, oferecer ao Santo Padre a vida, a comunhão eclesial, a boa vontade, o amor à Igreja, o zelo pastoral e a busca da santidade de centenas de sacerdotes, diáconos, religiosos e seminaristas, bem como de milhares de católicos que, comigo, levam adiante a missão que receberam do Senhor. Desta forma, eu não estaria sozinho no Vaticano, mas seria o representante de cada irmão e irmã que Deus confiara aos meus cuidados. A assim chamada “Visita ad limina Apostolorum” (Visita aos túmulos dos Apóstolos Pedro e Paulo) ocorreu de 1 a 8 de setembro. Ela acontece a cada cinco, seis ou sete anos, de acordo com o tempo disponível, e consiste num encontro de avaliação com os organismos que assessoram diretamente o Papa no governo da Igreja. Evidentemente, há inúmeros outros momentos “fortes” da visita, como a celebração eucarística nas quatro principais basílicas de Roma (São Pedro, São Paulo Fora-dos-Muros, Santa Maria Maior e São João do Latrão) e a convivência fraterna com os demais bispos, no meu caso, com os colegas do Mato Grosso do Sul e do Mato Grosso. No dia 7 – Dia da Pátria – participei, no Pontifício Colégio Pio Brasileiro (onde estudam mais de 100 padres brasileiros), de uma missa encomendada pelo Embaixador brasileiro junto à Santa Sé e presidida por Dom Cláudio Hummes: um momento muito bonito, inclusive pelo encontro com uma multidão de brasileiros que residem na Cidade Eterna, entre os quais, o Pe. Adriano Stevanelli. No dia 8, ao final da estadia em Roma, os bispos do Mato Grosso do Sul viajamos para a Alemanha, onde visitei o bispo-emérito, Dom Alberto Först. Apesar da saudade que sente dos amigos que deixou em Dourados e das limitações de saúde próprias da idade, percebi que está à vontade na nova moradia, sempre disponível para atender os demais idosos que residem com ele e a pequena paróquia do povoado adjacente. Todas essas visitas – às paróquias da Diocese, ao Vaticano, ao Pe. Adriano e a Dom Alberto – me confirmaram, mais uma vez, da importância de um serviço fraterno e misericordioso que todas as pessoas de boa vontade podem assumir: a pastoral da visitação. No Evangelho de Mateus, ao falar do Juízo Final, por mais vezes Jesus nos lembra que é sobre elas que será avaliado o modelo de cristianismo que assumimos: «Eu estava doente e você veio ver-me; eu estava na prisão e você me visitou» (Mt 25,36). Do primeiro ao último livro, para a Bíblia, Deus é um eterno peregrino em busca de acolhida. Feliz de quem o reconhecer e receber! «Eis que estou à porta e bato. Se alguém escutar o meu chamado e abrir a porta, entrarei em sua casa e cearei com ele, e ele comigo» (Ap 3,20).
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