Posts de eu preciso de Deus (254)

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Mulheres !!!

Quantas membros / mulheres temos aqui no site ?

 

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Pra ser sincero nunca fiz essa contagem.... Temos quase 600 membros, mas é evidente que a quantidade de mulheres é muito superior a quantidade de homens !!!

 

Ao ser criado a pouco mais de dois anos e meio atrás, esse site não tinha na época uma meta definida.... Era apenas um site à serviço de Deus...Não sabíamos o que fazer, por onde caminhar, o que mostrar, o que falar, ....

 

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Foram as mulheres, se tornando membros, adicionando conteúdos, mensagens, músicas, vídeos, fotos,  falando do amor e da misericórdia de Deus, que nos deram uma maravilhosa pista à seguir...

 

Se hoje o site conseguiu chegar aonde chegou, fazendo o bem para tantas e tantas pessoas, levando o amor e a misericórdia de Deus à quem precisa Dele, precisamos fazer este reconhecimento :  

 

Se não fossem "os dedinhos ” dessas maravilhosas mulheres nada teríamos conseguido!!!

 

Que Deus conceda à cada uma de vocês a benção da paz!!!

 

 

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Por que não eu?

<" Esta mensagem é sobre 
Luise Wischermann..(ex-paquita)...Que apesar da sua dor nos traz um lindo ensinamento: PORQUE NÂO EU?"
  
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Foram meses de pesquisas, horas no computador tentando entender como minha vida mudaria depois desta nova descoberta... O médico me disse que eu já poderia estar com a esclerose há muitos anos. Tentei fazer um rastreamento da minha vida, se me lembrava de acontecimentos que indicariam algo "anormal". Minha mãe sempre foi a luz na escuridão.

Às vezes penso que descobri na hora certa.

Chorei muuuuuuuuuuuuuuiiiiiiitoooooo! Não achava respostas para as minhas dúvidas.

Queria ter um filho antes de começar o tratamento. Um ano depois, meu filho Oliver nasceu e tudo começou a fazer sentido. Não poderia entrar em desespero porque agora eu nao era mais A LUISE, e sim A MÃE DO OLIVER. Não poderia acontecer comigo?
Eu não sou melhor do que ninguém e por ter esclerose múltipla, também não sou pior do que ninguém. A partir daí, a ficha caiu: quem disse que uma doença assim não poderia acontecer comigo?
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O perdão é o caminho para a cura !!!!

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Vocês sabem que o Evangelho começa com Jesus recebendo o Espírito Santo, Ele também recebe a força do Espírito para realizar as boas obras, como resultado da experiência do batismo no Rio Jordão, Ele foi em todos os lugares e a todas as pessoas que se apresentavam a Ele, dava-lhes a Boa Nova, curava os doentes e os que estavam sobre o poder do mal.

Fazer o bem, não é só fazer obras sociais. São Pedro diz que Jesus foi a todos fazendo o bem, e lembra que o bem, era curar os que estavam sobre o poder de satanás. Pedro não esquece do segredo de Jesus, Jesus estava com o Pai sempre repleto do Espírito Santo. Se não somos capazes de fazer o que Jesus fazia é porque Deus não está conosco, não estamos repletos do Espírito Santo, essa é a parte central da Boa Nova do Senhor.

No ministério de cura e libertação orientamos o que cada um precisa para experimentar a cura. É preciso viver a vida em maturidade emocional, para que possamos fechar as portas das emoções que abrimos para satanás. Como reconhecer que o inimigo está trabalhando? Nós vemos o inimigo afetando nossa vida em várias áreas, principalmente na nossa vontade para que ela esteja sob a vontade dele com vícios de álcool e droga. São áreas que podem estar sob poder de satanás.

Jesus foi tentado a fugir dos soldados romanos, mas Ele fez uma oração que devemos fazer sempre: “Pai, se é possível que eu não passe por esse sofrimento, mas que não seja feita a minha vontade, mas a Sua vontade”. É a melhor e mais curta oração que podemos fazer. Assim, Jesus pôde se libertar da tentação de satanás que queria dominar a Sua vontade. Jesus nos ensina isso na oração do Pai-nosso. “Que seja feita a vontade de Deus aqui na terra como no céu”, é a melhor oração que podemos fazer. No início de meu ministério eu fazia só oração de exorcismo, e vinha tanta gente que eu não tinha tempo de fazer as orações de exorcismo, e fazia a Oração do Pai-nosso, a melhor oração.

 

 

O inimigo não ataca só a nossa vontade, mas também a nossa mente. Muitas vezes não pensamos como Deus pensa, mas como o inimigo pensa. Pensamos com sentimentos de medo, inveja, e não sentimentos de paz, mas Jesus diz que nos dará a paz. São Paulo diz que Jesus não nos dá somente a paz, mas Ele é a paz.

O inimigo também pode atacar o nosso corpo. Encontro com pessoas com supostas doenças físicas, mas percebo que muitas das doenças não tem origem física. O que o inimigo mais quer atacar nesses tempos é a família, principalmente pelo pai alcoólatra. O inimigo quer atacar as famílias pelo aborto e abuso sexual de menores.

Precisamos ter nossas casas abençoadas, usando sal abençoado. E você não pode esquecer as fontes do mal, elas podem nos atingir até através da nossa árvore genealógica. Podem chegar através das pessoas que estão no mesmo ambiente que nós, até da nossa própria família. Não vamos culpar somente os outros, as vezes buscamos ajuda com o inimigo de Deus, porque estávamos em desespero, é falta nossa. Fazendo assim, nos expomos as forças de satanás. 

 

 

Como o mal sai do inimigo e chega a mim? Até mesmo com coisa para comer e beber, ou fingindo de bonzinho e nos dando presente, através de imagens compradas em santuário, mas com má intenção. Muitas vezes somos cristãos medíocres, nos comportamos como pagãos, tendo mais fé nas coisas do mundo que nas coisas de Deus.

Nós padres precisamos pedir ao Senhor o dom da fé para que possamos proporcionar paz e cura ao nosso povo. Jesus deu aos discípulos o segredo do ministério: “aquele que crê em mim fará também as obras que eu faço, e fará ainda maiores do que estas, porque vou para junto do Pai” (João 14, 12). Eu fico pensando como Jesus fala uma coisa dessa, que faremos coisas maiores que Ele. Ele não é invejoso, que Salvador maravilhoso nós temos, não tem ninguém como ele.

Antes de rezar pedindo libertação precisamos, acima de tudo, perdoar quem nos feriu, sem isso não acontece a cura, não acontece libertação. E o segundo bloqueio para nossa libertação é quando não arrependemos do mal que fizemos e culpamos outras pessoas. A Bíblia diz que somos todos pecadores e precisamos confessar nossos pecados todos os dias, precisamos pedir perdão a todas as pessoas que ferimos, principalmente os que estão próximo a nós. Arrependimento não é só com Deus, o problema é entre nós, temos que perdoar entre nós.

E o último bloqueio para a libertação é não ter renunciado as seitas ocultas, esse é maior bloqueio para a libertação, e com frequência as pessoas pensam que não precisam renunciar, e isso é da cultura. Esse é um problema do Brasil, acham que não é necessário e não conseguem renunciar a todas as práticas ocultas que participaram, somente quando remove esse bloqueio, podemos rezar pela libertação.

 

"Antes de rezar pedindo libertação precisamos, acima de tudo, perdoar quem nos feriu"

 

Transcrição e adaptação: Willieny Isaias


Padre Rufus Pereira
Sacerdote da Arquidiocese de Bombaim (Índia). Vice-presidente da Associação
Internacional de Exorcistas.

 

 

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ENTERRAR SONHOS.... Derrota ou libertação ?

 

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ENTERRAR SONHOS.... Derrota ou libertação ?,,,Discernir qual é o sonho pelo qual podemos realmente investir toda a nossa vida e qual é aquele que precisa ser enterrado, não é fácil.... Mas o certo é que existem alguns sonhos que, mesmo sendo lindos, precisam ser enterrados para que, libertos, possamos iniciar uma nova etapa em nossas vidas!!!

 

 Muitas vezes para realizar um sonho investimos tudo que temos... Anos e anos da nossa vida, nossa saúde, todo o nosso dinheiro, nossa credibilidade, nossa reputação... Enfrentamos nossos amigos, brigamos com nossa família, passamos por situações cômicas e humilhantes... Nada nos faz desistir do sonho....

 

Muitas vezes pagamos muito caro pra realizá-lo !!!... Mas quando o sonho é lindo vale a pena lutar por ele...E quando realizamos percebemos que valeu a pena tanto esforço, tanta luta, tanto sofrimento!!!

 

MAS e quando o sonho acaba? E quando vemos nossos sonhos se desmoronando lentamente diante de nossos olhos e por mais que lutamos não conseguimos evitar o fim dele? E quando ele nem sequer se realiza??? Todas as nossas tentativas falharam... Temos que reconhecer que a luta acabou... Somos obrigados a admitir que não há mais nada à fazer .. Fomos definitivamente derrotados... Acabou nossa esperança... Fim de jogo... Temos que enterrar nossos sonhos...!!!

 

Porque o sonho acabou? Porque não conseguimos evitar que ele chegasse ao fim? E pior ainda, porque nem chegou a se realizar??? Todas essas perguntas são dirigidas diretamente à Deus!!! Mesmo que inconscientemente, é a Deus que culpamos... Pois Ele poderia ter permitido a concretização do nosso sonho!!! Ele poderia ter evitado o fim do sonho!!!

 

Acompanhe este exemplo, neste caso, apenas imaginário: Um ente querido está desaparecido....Sofremos, sonhamos e lutamos para encontrá-lo com vida e saúde... Mas a realidade é terrível: Encontramos um cadáver... Enterrá-lo é nossa única opção!!! Isto dói? Só Deus pra medir a intensidade da dor no coração de quem passa por esta situação!!!

 

Mas a derrota de encontrar o ente querido morto transforma-se numa libertação: Acabou a angustia.. Acabou o sofrimento das buscas... Finalmente as perguntas tiveram respostas!!!...Comprovada a morte, enterrado o corpo, a vida de quem tanto sofreu, sonhou e lutou para encontrá-lo, mesmo com uma intensa dor, inicia uma nova etapa... Totalmente livre!!!

 

Temos sonhos que talvez não façam parte dos planos que Deus tem traçado para nossas vidas ... Talvez alguns sonhos vão totalmente contra toda a vontade Dele...Talvez alguns sonhos sejam temporários, talvez sejam permitidos que durem apenas algum tempo determinado, para que se cumpra alguma missão específica ... Talvez alguns desses sonhos sejam apenas delírios, obsessões doentias da nossa mente...Talvez alguns sonhos sejam armadilhas do maligno... A única certeza é que existem sonhos que, mesmo sendo lindos, precisam ser enterrados para que possamos, libertos, iniciar uma nova etapa em nossas vidas!!!!

 

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Em Dourados, no Mato Grosso do Sul, a Semana da Pátria de 2010 começou com um “furacão” tão impetuoso, que colocou em polvorosa a população local e ocupou as manchetes dos meios de comunicação do país e do exterior. O “ciclone”, desencadeado pela Polícia Federal, tomou o nome de “Operação Uragano” (furacão, em italiano) e pôs na cadeia as principais lideranças políticas da cidade. De uma hora para outra, soube-se que Dourados não fazia exceção ao que parece ser regra no Brasil: a corrupção, uma pandemia que ameaça tomar conta de todos os segmentos e estruturas da sociedade. Foi o que reconheceram os bispos da América Latina, reunidos em Aparecida, em 2007: «Cabe assinalar, como grande fator negativo em boa parte da região, o recrudescimento da corrupção na sociedade e no Estado, envolvendo os poderes legislativos e executivos em todos os níveis, alcançando também o sistema judiciário que, muitas vezes, inclina seu juízo a favor dos poderosos e gera impunidade, o que coloca em sério risco a credibilidade das instituições públicas e aumenta a desconfiança do povo, fenômeno que se une a um profundo desprezo pela legalidade. Em amplos setores da população, e especialmente entre os jovens, cresce o desencanto pela política e particularmente pela democracia, pois as promessas de uma vida melhor e mais justa não se cumpriram ou se cumpriram só pela metade». As lideranças políticas que, em Dourados, acabaram na prisão, tinham sido eleitas no dia 4 de outubro de 2008. Sua vitória nas urnas se transformou numa imponente festa popular, com a presença maciça das camadas mais carentes da população, que se sentiram cativadas pelas promessas de melhoria, sobretudo no campo da saúde pública – um verdadeiro caos, não apenas em Dourados, mas em praticamente todo o país. Não posso esconder que, na ocasião, eu me senti frustrado, pois a quase totalidade dos candidatos apoiados pelas comunidades e movimentos católicos, tanto em Dourados como em várias outras cidades da Diocese, não conseguiu se eleger. Qual terá sido o motivo? Talvez porque não dispunham de dinheiro suficiente para aliciar os eleitores? Ou porque os católicos esquecem que faz parte de sua fé a participação ativa e conscienciosa nas eleições? Ou, ainda, porque a Igreja Católica não consegue atingir senão uma minoria da população, pouco ou nada significando para as grandes massas que se escondem nas periferias das cidades? São perguntas que me questionam, já que a missão por excelência dos leigos cristãos é a política, como lembrou o Papa João Paulo II, em 1999: «A América necessita de cristãos leigos preparados para assumir cargos de dirigentes na sociedade. É urgente formar homens e mulheres capazes de influir, segundo a própria vocação, na vida pública, orientando-a para o bem comum. No exercício da política, considerada no seu sentido mais nobre e autêntico de administração do bem comum, eles encontram o caminho da própria santificação». Entre os presos da “Operação Uragano”, há vários que se professam cristãos, tanto católicos como evangélicos. Se isso aconteceu, talvez seja porque a América Latina é um continente que foi batizado, mas não evangelizado. Esquece-se que a fé, para ser verdadeira, deve atingir a razão e o coração, a pessoa e suas atitudes. Caso contrário, se lhe aplicariam as incisivas palavras de São Tiago, que transcrevo numa tradução livre: «Alguém, talvez, diga: “Você tem a fé e eu tenho as obras”. Insensato! Mostre-me a sua fé sem as obras e eu, com as minhas obras, lhe mostrarei a minha fé. Você diz acreditar que Deus existe? Muito bem! Só que também os demônios acreditam e continuam demônios» (Tg 18-19). Graças a Deus, porém, para todo mal há um remédio. Esta convicção era tão forte em São Paulo, que não cansava de repetir: «Tudo concorre para o bem dos que amam a Deus» (Rm 8,28). É o que está acontecendo em Dourados e em todo o Brasil. São uma multidão as pessoas, inclusive jovens, que exigem “ficha limpa” dos candidatos e dos eleitores. Ficha limpa, porém, que só existe onde a mente e, sobretudo, o coração forem limpos. Mas, para tanto – já que a força do mal é tão grande que «até Satanás se disfarça em anjo de luz» (2Cor 11,14), o jeito é pautar nossas opções e atitudes no Evangelho, como pede o Documento de Aparecida: «Por essa razão, os cristãos devem recomeçar a partir de Cristo. Precisamos fazer-nos discípulos dóceis, para aprendermos dele a dignidade e a plenitude da vida. Como disse o Papa Bento XVI, só quem reconhece a Deus, conhece a realidade e pode responder a ela de modo adequado e realmente humano.
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No dia 1° de abril de 2010, poucos dias antes da Páscoa, a convite da diretoria, os jogadores do Santos Futebol Clube se dirigiram a uma instituição de caridade da cidade, para entregar ovos de chocolate a trinta e quatro crianças e adolescentes, a maioria deles afetados de paralisia cerebral. Na chegada, porém, boa parte do grupo não quis descer do ônibus. E qual foi o motivo? Muito simples: os jogadores eram evangélicos e a instituição, espírita... Ed René Kivitz, que se assina "cristão, pastor evangélico e santista desde pequenino", expressou sua perplexidade ante o fato num escrito que intitulou: "No Brasil, futebol é religião". Talvez alguns de seus conceitos possam ser questionados, mas não há dúvidas: o texto tem muito a ensinar para quem adere a uma religião. «Os meninos da Vila pisaram na bola. Mas, prefiro sair em sua defesa. Eles não erraram sozinhos. Fizeram a cabeça deles. O mundo religioso é mestre em fazer a cabeça dos outros. Por isso, cada vez mais me convenço que o Cristianismo implica na superação da religião, e cada vez mais me dedico a pensar nas categorias da espiritualidade, em detrimento das categorias da religião. A religião está baseada em ritos, dogmas e credos, tabus e códigos morais de cada tradição de fé. A espiritualidade está fundamentada nos conteúdos universais de todas e cada uma das tradições de fé. Quando você começa a discutir quem vai para céu e quem vai para o inferno; ou se Deus é a favor ou contra a prática da homossexualidade; ou se você tem que subir uma escada de joelhos ou dar o dízimo na igreja para alcançar o favor de Deus, você está discutindo religião. Quando você começa a discutir se o correto é a reencarnação ou a ressurreição, a teoria de Darwin ou a narrativa do Gênesis, e se o livro certo é a Bíblia ou o Corão, você está discutindo religião. Quando você fica perguntando se a instituição social é espírita kardecista, evangélica ou católica, você está discutindo religião. O problema é que toda vez que você discute religião, afasta as pessoas umas das outras, promove o sectarismo e a intolerância. A religião coloca de um lado os adoradores de Alá, de outro os adoradores de Javé, e ainda de outro os adoradores de Jesus. Isso sem falar nos adoradores de Shiva, de Krishna e devotos do Buda, e por aí vai. Cada grupo de adoradores deseja a extinção dos outros: ou pela conversão à sua religião, o que faz com que os outros deixem de existir e se tornem iguais a nós; ou pelo extermínio através do assassinato "em nome de Deus"; ou melhor, em nome de um deus, com d minúsculo, isto é, um ídolo que se pretende fazer passar por Deus. Mas, quando você concentra sua atenção e ação, sua práxis, em valores como reconciliação, perdão, misericórdia, compaixão, solidariedade, amor e caridade, você está no horizonte da espiritualidade, comum a todas as tradições religiosas! E quando você está com o coração cheio de espiritualidade, e não de religião, você promove a justiça e a paz. Os valores espirituais agregam pessoas, aproximam os diferentes, fazem os discordantes no mundo das crenças darem-se as mãos no mundo da busca de superação do sofrimento humano, que a todos nós humilha e iguala, independentemente de raça, gênero, e inclusive religião. Em síntese, quando você vive no mundo da religião, você fica no ônibus. Quando você vive no mundo da espiritualidade que a sua religião ensina, ou pelo menos deveria ensinar, você desce do ônibus e dá um ovo de páscoa a uma criança que sofre a tragédia e miséria de uma paralisia mental». Muito pertinente a reflexão do Pastor. Tais fatos, porém, não são privilégio dos jogadores do Santos. Eles acontecem também em Dourados: em algumas vilas populares e aldeias indígenas, há líderes "cristãos" que tacham de diabólicas as atividades de promoção cultural, social e econômica suscitadas por Igrejas diferentes... Uma coisa é certa: se uma religião não desce do ônibus, seu lugar é na lixeira...
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A campanha em favor da “ficha limpa” mobilizou, em todo o Brasil, milhões de pessoas que acreditaram na possibilidade da decência e da ética na política. Em Brasília houve quem apostou que seria mais fácil a vaca voar do que esse projeto de lei de iniciativa popular passar pelo Congresso Nacional. Surpresa! A vaca não voou, mas o projeto passou, a lei já foi sancionada e está em vigor. Agora é vigiar e clamar pela sua aplicação correta. O País agradece a tantos cidadãos que se empenharam para barrar, antes das urnas, pretendentes a mandatos políticos que não podem ostentar idoneidade moral para governar ou legislar. Será bom para o Brasil. Muito bom. Mas, sejamos justos. Nem todos os políticos foram ou são “fichas sujas”. Muitos desempenharam com dignidade e grandeza a sua missão. No passado e no presente. Quero lembrar um deles, Tomás Morus, um político inglês. Não é que faltem exemplos também entre nós, mas porque esse é emblemático. Nasceu em Londres, em 1478; estudou Direito em Oxford, casou, teve 3 filhas e um filho. Homem de vasta cultura, amigo de notáveis protagonistas do Renascimento, escreveu vários livros sobre a arte de governar e em defesa da religião - era católico fervoroso. Em 1504 foi eleito para o Parlamento e o rei Henrique VIII confiou-lhe importantes missões diplomáticas e comerciais; chegou a ser membro do Conselho da Coroa, vice-tesoureiro do Reino e, em 1523, presidente da Câmara dos Comuns. Em 1529 foi nomeado chanceler de Sua Majestade. Quando o soberano, não atendido pelo papa em sua pretensão de divórcio, resolveu ser, ele mesmo, o chefe na Igreja da Inglaterra, separando-a de Roma, o fiel chanceler começou a ter problemas. Não aprovando a ingerência do rei na Igreja e não aderindo à sua política discriminatória contra os católicos, Tomás Morus renunciou ao cargo e retirou-se da vida pública, para sofrer, com sua família, o ostracismo e a pobreza. Foi encarcerado na Torre de Londres e submetido a várias formas de pressão para prestar juramento de fidelidade ao rei. Preferiu permanecer fiel à sua consciência e, com firmeza, denunciou no tribunal o despotismo do soberano. Condenado à morte por “infidelidade ao rei”, foi decapitado no dia 6 de julho de 1535. Da prisão, escreveu à filha Margarida: “Fica tranquila, minha filha, e não te preocupes com o que possa me acontecer neste mundo. (...) Até agora, Deus me deu a graça de tudo desprezar, do fundo do coração – riquezas, rendimentos e a própria vida – ao invés de jurar contra minha consciência”. E manteve esta posição com serena firmeza. Não traiu a consciência por vantagens, poder, riquezas, prestígio, nem passou por cima da verdade e da decência, mesmo para salvar a própria vida. Permaneceu “ficha limpa”, sabendo que isso lhe custava a cabeça. Literalmente. Em 1935, quatro séculos depois de seu martírio, o papa Pio XI declarou-o “santo” e, no ano 2000, João Paulo II proclamou-o patrono dos governantes e políticos. De fato, vários chefes de Estado e de Governo, numerosos dirigentes políticos, além de Conferências Episcopais, haviam apresentado sugestão ao papa, nesse sentido. Tomás Morus foi um político comprometido com a verdade e com os valores éticos. O que mais impressiona nesse grande homem público é a retidão e a inflexível fidelidade à própria consciência. Colaborou com a Autoridade e as instituições, enquanto eram legítimas; exerceu o poder na medida da justiça, como serviço ao povo e a seu país. Mas sua grande firmeza de caráter e sua sólida estatura moral não lhe permitiram cair na tentação de usar o poder para sua vantagem e ganhos pessoais. Colocou sua atuação pública ao serviço dos mais pobres e desprotegidos, promoveu a paz social, a educação integral da juventude, a defesa da pessoa e da família. Diante das lisonjas do poder, das honrarias e das riquezas, conservou uma serena jovialidade, inspirada no sensato conhecimento da natureza humana e da futilidade do sucesso. Manteve o bom humor, mesmo diante da iminência da morte. Tomás Morus harmonizou, de forma extraordinária, sua intensa vida pública com suas convicções interiores. Um bom político, de fato, não pode separar-se da verdade, nem dissociar sua ação da moral. A dignidade dos homens públicos é certificada por uma boa consciência. Como explicar, diante do povo, vantagens desonestas, sem afundar ainda mais no charco da mentira e da desonestidade? A vida de Tomás Morus é um belo exemplo de ética na política. Coisas que ficaram no passado? Não creio. É o mesmo anseio manifestado, ainda hoje, pelos milhões de brasileiros que apoiaram o projeto de lei de iniciativa popular “ficha limpa”. O futuro confirmará, com toda a certeza, que esta lei terá contribuído muito para melhorar o nível ético da política brasileira. Estamos num ano eleitoral e o povo brasileiro é convidado, mais uma vez, a fazer um discernimento acurado sobre candidatos e partidos, para escolher e votar. Esta é mais uma boa chance dos cidadãos para deixar claro quais rumos querem ver na política do nosso País. Tomás Morus tem algo a ensinar e nos lembra, sobretudo, que a verdade e a ética são inegociáveis. Não têm preço. Também alerta que a corrupção da consciência é uma vilania que pode levar ao despotismo e às maiores injustiças. Com freqüência, clama-se por reformas profundas para melhorar a política do País e elas, certamente, são necessárias. Porém, mais necessários ainda, na condução da vida política de um povo são os políticos íntegros. Chegou a hora de conhecê-los e de votar neles.
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O sinal da cruz - Dom Eduardo Koaik

A palavra “sinal” é de muito uso na Sagrada Escritura. Seu significado transcende a inteligência humana: os milagres, os mistérios da nossa fé e o próprio dom da fé. Com referência à Cruz: sinal que indica a ação salvífica de que foi instrumento; sinal da maior prova do amor de Deus pela humanidade. Está presente, ostensivamente, no alto das cruzes das nossas igrejas, em monumentos, em muitos ambientes do nosso quotidiano. Muitas e muitas pessoas trazem-na consigo, seja como simples adereço, seja como expressão de fé. Há os que se sentem incomodados com sua presença nos edifícios públicos. Mas o grande sinal, o sol que jamais tem ocaso, é o próprio Jesus, “a imagem visível do Deus invisível.” (Cl 1,15) Para o evangelista João, é na Cruz que Jesus Cristo se diz glorificado. Nela, “o Verbo que se fez carne e habitou entre nós”, foi elevado da Terra, atraindo todos a si (Jo 12, 32) para que todos vejam até onde vai a maldade humana e vejam também até onde vai o amor de Deus pela humanidade. É o amor que faz todos serem atraídos por Ele: “Deus amou tanto o mundo que entregou o Filho único, para que todo o que nele crê, não morra, mas tenha a vida eterna.” (Jo 3,16) A Cruz deixou de ser sinal da humilhação e ignomínia e tornou-se título de glória, primeiramente para ele e depois para nós, seus discípulos. Jesus identifica o destino do discípulo com o dele. Assim ele afirma: “Quem quiser me seguir, renuncie a si mesmo, tome sua cruz e siga-me.” (Mt 16,24) Por outro lado, o discípulo pode exclamar com o apóstolo Paulo: “Quanto a mim, que eu não me glorie a não ser na Cruz de Nosso Senhor Jesus Cristo, por meio do qual o mundo foi crucificado para mim e eu para o mundo.” (Gl 6, 14) Na Cruz, Cristo fundou sua Igreja deixando fluir “sangue e água” do seu coração traspassado (Jo 19, 34). Nossa fé se dirige ao Crucificado cuja Cruz é sinal de salvação e “árvore da Vida” (Ap 22, 14). O cristão, ao fazer o sinal da Cruz sobre si mesmo, está dizendo: No poder de Deus Pai, Filho e Espírito Santo abraço a Cruz da minha salvação. Sim, com este gesto, ao levar a mão da testa ao peito, em linha vertical, e do ombro esquerdo ao direito, em linha horizontal, o cristão se sente abraçando a Cruz da sua salvação e sendo abraçado por ela. Está professando sua fé no mistério da Cruz: Jesus Cristo, o enviado do Pai, nascido da Virgem Maria por obra do Espírito Santo, oferece na Cruz sua vida pela vida do mundo. Há pessoas que fazem o sinal da Cruz instintivamente, diante do que está por acontecer ou já aconteceu, como se fosse um cacoete. Deixa a impressão de estar espantando mosca do rosto com a mão. Com certeza, melhor este cacoete que outros, melhor até que nada, porque está assinalando ser cristão. Falta-lhe – quem sabe – tomar consciência da dignidade do gesto mal traçado e deselegante. As palavras que o acompanham são o que de mais sublime seus lábios podem proclamar ou balbuciar, porque nascem de um coração onde habita a Santíssima Trindade. Este gesto tem sentido de consagração de nossa vida a Deus, a quem reconhecemos pertencer. Somos batizados exatamente com este sinal que significa e realiza, pela graça santificante, nossa filiação adotiva de Deus mediante Jesus Cristo. No sinal da Cruz que fazemos em todas as ações da vida, nas orações, no trabalho e no descanso, nas alegrias e nas tristezas e – por que não dizer – nos acontecimentos cruciais da vida, recordamos as promessas batismais e sentimos que estamos em Deus e Ele em nós. A História da Igreja registra: Constantino, imperador romano do século IV, filho de Santa Helena, descobridora da verdadeira Cruz de Cristo, antes de enfrentar uma de suas batalhas teve uma visão: apareceu-lhe no céu uma cruz luminosa trazendo estas palavras: “Com este sinal vencerás”. Na vida do cristão, estas palavras estão escritas no olhar da fé.
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Você, leitor amigo, é leigo ou laico? A pergunta tem sentido porque, de alguns anos para cá, de sinônimos que eram no passado, hoje os termos se tornaram antônimos. Antigamente, ambos se referiam a uma pessoa que não fazia parte do clero, um secular. Ou ainda – um significado que continua em vigor –, a alguém que está por fora da realidade. Ultimamente, no campo da fé, cada um deles adquiriu uma acepção precisa: “laico” passou a se opor a religioso, e “leigo”, de acordo com o Concílio Vaticano II, «é o fiel que, incorporado a Cristo pelo batismo, exerce, em seu âmbito, a missão de todo o povo cristão na Igreja e no mundo». É importante ter clareza a respeito porque, em vários países cresce o número de pessoas que bradam aos quatro cantos: «O Estado é laico e não pode ser orientado por imposições e dogmas de nenhuma religião!». Um argumento válido quando se trata de orientações inventadas por lideres religiosos, mas não diante de princípios éticos que nascem da própria natureza da pessoa, como a promoção da vida, da família, da justiça, da paz e do bem comum. Não há dúvidas: precisamos aprender a viver numa sociedade cada vez mais pluralista, que vai exigir dos cristãos a mesma coragem em promover os valores cristãos – que nunca se opõem aos valores humanos – demonstrada por algumas minorias na defesa de uma laicidade insensível às aspirações, à cultura e à tradição da maioria da população. Foi o que deu a entender, em fevereiro de 2010, um grupo de bispos reunidos no Rio de Janeiro, ao analisar alguns pontos do Programa Nacional de Direitos Humanos, aprovado pelo Presidente Lula, a 21 de dezembro de 2009: «Não podemos aceitar que o legítimo direito humano, já reconhecido na Declaração da ONU de 1948, de liberdade religiosa em todos os níveis, inclusive o público, possa ser cerceado pela imposição ideológica que pretende reduzir a manifestação religiosa a um âmbito exclusivamente privado. Os símbolos religiosos expressam a alma do povo brasileiro e são manifestação das raízes históricas cristãs que ninguém tem o direito de cancelar». Contudo, que sentido têm símbolos religiosos em locais onde a dignidade humana é espezinhada e o pecado prevalece sobre a virtude? É a pergunta que fez Frei Demetrius dos Santos Silva, em artigo publicado pela “Folha de São Paulo”, no dia 9 de agosto de 2009: «Sou padre católico e concordo plenamente com o Ministério Público de São Paulo, ao querer retirar os símbolos religiosos das repartições públicas. Nosso Estado é laico e não deve favorecer esta ou aquela religião. A cruz deve ser retirada. Aliás, nunca gostei de ver a cruz em tribunais onde os pobres têm menos direitos que os ricos e onde sentenças são barganhadas, vendidas e compradas. Não quero mais ver a cruz nas câmaras legislativas, onde prevalece a lei do mais forte. Não quero ver a cruz em delegacias, cadeias e quartéis, onde os pequenos são constrangidos e torturados. Não quero ver, muito menos, a cruz em prontos-socorros e hospitais, onde as pessoas pobres morrem sem atendimento. É preciso retirar a cruz das repartições públicas, porque Cristo não abençoa a sórdida política brasileira, causa das desgraças, das misérias e sofrimentos dos pequenos, dos pobres e dos menos favorecidos». Mas, haverá alguém com coragem para afirmar que a humanidade crescerá em qualidade com a substituição dos símbolos religiosos por imagens que homenageiam animais ou personalidades de dúbio valor político, histórico e cultural? Ou por outdoors que, com mensagens eivadas de sensualidade e erotismo, espalhados ao longo das rodovias, incentivam o povo, e principalmente a juventude, a fazer do consumismo a lei suprema da vida? No dia 21 de junho, em conferência pronunciada em Cuba, Dom Dominique Mamberti, Secretário para as Relações da Santa Sé com os Estados, distinguiu laicidade de laicismo: «Quando se pretende subordinar a liberdade religiosa a outros princípios, a laicidade tende a se transformar em laicismo, a neutralidade em agnosticismo e a separação em hostilidade. Paradoxalmente, em tal caso, o Estado passa a ser confessional, fazendo da laicidade um valor supremo e da ideologia dominante, uma espécie de religião».
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Hoje, vamos falar de animais. Dentre os que nos ajudam a detectar as razões mais ou menos ocultas que explicam nossos sentimentos e atitudes, por essa vez escolhemos três: o ganso, o gato e o cachorro. Comecemos pelos gansos. No outono, quando partem do hemisfério norte e se dirigem ao sul em busca do calor estivo, eles voam sempre em forma de “V”. A ciência estudou o fenômeno e fez uma interessante descoberta. Ao bater as asas, cada um deles cria um impulso para o alto, destinado a ajudar o companheiro que o segue. Desta forma, o bando aumenta sua autonomia de voo em, pelo menos, 71%. A mesma coisa acontece com as pessoas que caminham juntas e cultivam relações positivas: elas alcançam seus objetivos e chegam ao seu destino com mais rapidez e eficiência, porque cada uma se fortalece com o apoio que recebe da outra. Se, por acaso, um ganso deixa o bando e passa a voar sozinho, sente imediatamente a resistência aerodinâmica e volta rapidamente à formação habitual: um exemplo para aqueles que, tentados pelo individualismo ou desiludidos pelas frustrações da convivência humana, são levados a pensar: “Cada um para si e Deus para todos”! Quando o ganso, que voa na dianteira, se cansa, muda de posição na formação, e outro colega assume a função de guia. Seu gesto nos lembra que, se todos somos importantes, ninguém é indispensável: quando morre um Papa, faz-se outro. Como os gansos, precisamos saber descansar e partilhar nossas tarefas. Os gansos da rabeira grasnam o tempo todo, incentivando os que vão adiante para não perderem a velocidade. Muito diferente de alguns humanos que, quando veem alguém cair, com suas zombarias e críticas acabam afundando mais ainda o infeliz... Por fim, se um ganso sai da formação por estar doente ou por ter sido alvejado por um tiro, dois companheiros deixam o grupo e o acompanham para ajudá-lo e protegê-lo. Permanecem com ele até que possa voar novamente – ou até a sua morte. Só depois levantam voo e procuram os companheiros (ou se juntam a outro bando). Assim são os gansos. E qual é a situação do gato e do cachorro? Para Daniel Godri, o gato é mais inteligente que o cachorro, mas a preguiça e o comodismo fazem parte de seu DNA. Alguém já viu um bichano levantar cedo? Ele acorda lá pelas 10 horas. Leva um tempão para deixar o “leito”: se estica de um lado para o outro, se lambe... e o tempo passa! Outra coisa: até hoje, ninguém viu um gato feliz. Ele não demonstra nenhuma alegria com você. Do que gosta mesmo é de seu bem-estar. Faça esta experiência: chegue em casa e lhe diga: «Gato, cheguei; me dê um abraço!» A lentidão do felino é tamanha que você não sabe se ele está vindo ou se vai para outro lugar... O gato só pensa em si. Não será por isso que tem sete vidas? Jamais lhe passa pela cabeça a ideia de defender o patrão. Quando vê o ladrão, logo pensa: «Vou dar é o fora!». E três horas depois, volta com a maior cara de pau do mundo, como se não soubesse de nada. Este é também o grande mal do Brasil. O país está cheio de gatos, que só pensam em si e pretendem que todo mundo esteja a seu serviço. Ao gato, Daniel Godri prefere o cachorro, porque um é o oposto do outro. Não será por isso que eles não se suportam? O cão dá a vida por quem o cativa. Ele é o primeiro a morrer quando aparece o ladrão. Não por nada conquistou a fama de ser o maior amigo do homem. Ele nunca cansa: pode passar horas brincando com você. Amarrado, ele não perde o pique; acorrentado, ele continua cuidando da casa e de seus habitantes. Se você chega do trabalho bem vestido, ele corre ao seu encontro; se chega sujo e embriagado, ele o ama do jeito que você é. De minha parte, não sei se todos os gatos se assemelham aos descritos por Daniel Godri! Talvez nem mesmo os cachorros! Que o diga o Pe. Marcelo Rossi: uma semana após ter declarado, num programa de TV, que nada acontece quando enfrentamos o cachorro com o coração em paz e o olhar amigo, ele aparece na missa com o rosto e um braço enfaixados, resultado das mordidas de um vira-lata que não percebera os bons sentimentos do padre...
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Se a aids foi vista como a epidemia do século XX, à depressão cabe o privilégio de ser a chaga do século XXI. É incalculável o número de pessoas que, a cada dia que passa, não encontram mais motivos para viver nem forças para reagir. Tudo fica complicado e nada tem sentido. As frustrações e decepções se acumulam. O coração se torna insensível. A esperança desmorona e a capacidade de amar fenece. Só quem passou por ela sabe o que isso significa. Por que a depressão faz tantas vítimas? O título que dei ao artigo traz uma resposta que pode chocar: o culpado é Deus?! Por quê? A primeira página da Bíblia garante que «o ser humano foi criado à imagem e semelhança de Deus» (Gn 1,26). Portanto, um ser com aspirações infinitas, feito para as alturas, grande demais para se sentir realizado com a satisfação de seus instintos e emoções. Foi o que descobriu Santo Agostinho: «Meu Deus, fizestes o nosso coração para vós, e ele anda inquieto até não descansar em vós!» Infelizmente, desde os primórdios da humanidade, essa busca de Deus foi desvirtuada e corrompida. Esquecendo que já haviam sido feitos à imagem e semelhança de Deus, Adão e Eva sucumbiram ao desejo que se aninha no subconsciente da humanidade: ocupar o lugar de Deus, com autonomia para decidir o que é bom ou mau, o que é certo ou errado. Foi essa a tentação que o diabo escolheu para fazê-los cair: «Deus sabe que vossos olhos se abrirão e sereis semelhantes a ele, donos do bem e do mal» (Gn 3,5). A busca de realização e de felicidade está sujeita a todo tipo de engano e de fracasso. Não é fácil para ninguém resistir às inúmeras ciladas que lhe são dirigidas por uma sociedade consumista e competitiva, criando expectativas que se transformam em necessidades, cada vez mais despóticas e insaciáveis. A ansiedade, a insegurança e o medo que delas nascem estão a dizer que, sem domínio e disciplina interior, qualquer resultado obtido jamais conseguirá saciar a fome que a todos persegue. Evidentemente, quando essa carência interior se transforma em busca do bem, da verdade, do amor, da beleza e da vida, a situação é diferente. O progresso das ciências e o desenvolvimento social e econômico da humanidade dependem exatamente dela. Por seis vezes, ao descrever a criação do mundo, a Bíblia assevera que Deus ficou contente com cada coisa que fazia: «E Deus viu que tudo o que havia feito era muito bom» (Gn 1,31). Se «tudo é puro para os puros» (Tt 1,15), também “tudo é bom para os bons”, para aqueles que respeitam a hierarquia estabelecida por Deus e que foi assim sintetizada por São Paulo: «O Reino de Deus não consiste em comer e beber, mas em buscar a justiça, a paz e a alegria no Espírito Santo» (Rm 14,17). Em certo sentido, pode-se dizer que a depressão nasce da subversão dessa ordem. O próprio casamento, sempre visto como a vocação natural do ser humano: «Não é bom que o homem fique só» (Gn 2,18) –, gera amargura e arrependimento sem fim quando assumido fora do projeto de Deus. Até mesmo a religião frustra e decepciona a quem a procura por motivos alheios à fé. Não é por nada que o livro do Eclesiastes começa com estas palavras: «Ilusão das ilusões, tudo é ilusão!» (Ecl 1,2). E o que é a depressão senão uma seqüência de ilusões? O melhor remédio contra a depressão é aprimorar o relacionamento com os inúmeros “outros” que Deus coloca ao nosso lado, sem ferir e sem se deixar ferir. Quem o garante não é apenas Jesus, mas também outro judeu, que nada tem a ver com o cristianismo, o filósofo Emanuel Lévinas. Diferentemente de seu colega francês, Jean-Paul Sartre, para quem «o inferno são os outros», Lévinas garante que, quem nos cura e liberta de nossos problemas afetivos e existenciais, é precisamente o outro. Tudo depende do tipo de relação que estabelecemos com quem foi criado por Deus para ser um dom para nós – e nós um dom para ele. Foi esta também a descoberta feira pelo autor do Eclesiástico: «Todas as coisas existem aos pares, uma frente à outra. Deus nada fez de incompleto: uma coisa completa a bondade da outra» (Eclo 42,25-26).
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Repercutiu mais do esperado a afirmação de que a sociedade é pedófila, feita por Dom Dadeus Grings, arcebispo de Porto Alegre, durante a 48ª Assembléia da CNBB, em Brasília, de 3 a 13 de maio de 2010. Poucos dias depois, em Porto Alegre, a celeuma se transformou numa passeata de gays e homossexuais contra tamanha aberração e falsidade. Aberração e falsidade? Não parece, pelo menos para quem reflete sobre a realidade com a cabeça, não com a emoção e os preconceitos! Em sua fala, Dom Dadeus se referia à hipocrisia de alguns setores da sociedade, os quais, após criar um ambiente permissivo e liberal, fingem se escandalizar com quem nada faz senão seguir seus postulados... Há poucos meses, o Pe. Leonardo Peixoto, do Rio de Janeiro, refletia sobre a degradação de costumes em andamento na sociedade atual: «Menininhas altamente pintadas, usando esmaltes e vestidinhos ousados, crianças falando palavrões e gírias obscenas. As crianças de hoje sabem letras de músicas (se é que se pode chamar aquilo de música) que só de pensar sinto vergonha. E os pais? Riem e acham engraçadinho. Os que incentivam tal tipo de comportamento, que deturpa e degrada a pureza da infância, são os mesmos hipócritas que amanhã acusam e condenam o Papa pelos erros dos outros! Se a sociedade está do jeito que está, lembremo-nos: fomos nós que a fizemos assim! Coitadinhos dos adolescentes de hoje! São tão inocentes! E essas pulseirinhas da amizade coloridas? Uma graça, não é? Mas, quando arrebentadas, dão o direito àquele que a arrebentou a fazer diversas coisas. Cada cor corresponde a uma ação, que vai desde um selinho ou uma passada de mão, a sexo oral! Afinal, isso é que é cultura! E é o que eles estão aprendendo na escola. Até porque, se não aprenderem matemática ou química, não há problema nenhum: o governo lhes garante aprovação automática! E eles serão nossos médicos, engenheiros, psicólogos de amanhã. Quem sabe se um deles não vire presidente, não é mesmo, companheiro leitor? Mas, falando da crise na Igreja, qualquer pessoa sensata sabe que tal crise nem de longe está relacionada com a pedofilia. Ou será que a pedofilia é monopólio da Igreja Católica? Culpam o celibato. E os senhores e senhoras, chefes de família, com filhos, que não são celibatários, ou seja, que praticam sexo e cometem pedofilia? Seria isso também culpa do celibato e da Igreja? E os turistas internacionais que compram pacotes de viagem para o Nordeste brasileiro, com jovens menores já inclusas no seu pacote de férias, alimentando, assim, o turismo sexual, isso também é culpa da Igreja? Por que, então, a mídia não explora esses casos? Porque atacar a Igreja dá mais ibope, aumenta a audiência e vende mais jornais e revistas». Pouco antes de Dom Dadeus, quem passou pela malha fina da censura, foi o cardeal Tarcísio Bertone, Secretário de Estado do Vaticano. Em conferência pronunciada no Chile no dia 12 de abril, ele ousara afirmar que é o homossexualismo, e não o celibato, que leva alguns sacerdotes à pedofilia, já que 80% de suas vítimas são meninos. Com ele também concorda o Pe. Leonardo: «Não creio que o problema da Igreja e do clero de hoje seja a pedofilia, mas o homossexualismo. Aqui esbarramos, mais uma vez, na hipocrisia da sociedade hodierna. Vivemos numa sociedade que faz apologia do homossexualismo; que ensina aos jovens que ser gay é normal; que ostenta seu orgulho gay em paradas. Não é irônico que a sociedade que defende o homossexualismo seja a mesma que condena um padre por ser homossexual? Não faço nenhuma apologia do homossexualismo eclesiástico; só quero perguntar que moral tem essa sociedade iníqua para condenar um padre que tenha uma fraqueza, ou uma inclinação, dessa natureza? É engraçado. Dizem por aí: o padre é um homem comum como qualquer outro. Pois é, só que quando ele faz as coisas que um homem comum faz, logo os hipócritas de plantão se erguem ardilosamente prontos para condená-lo...». Não se pode negar: a reflexão do Pe. Leonardo tem sentido, apesar de seu estilo polêmico, diferente do que eu costumo empregar – talvez mais por timidez do que por virtude...
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De 10 de abril a 23 de maio, em Turim, na Itália, acontece mais uma exposição pública do Sudário, um lençol de linho que muitos cristãos acreditam ter sido usado para cobrir o corpo de Jesus após a sua morte, na sexta-feira santa. Entre o milhão e meio de peregrinos que se inscreveram para venerar a relíquia, está também o Papa Bento XVI. A autenticidade do Sudário vem sendo debatida há longo tempo. De acordo com algumas versões, ele foi trazido de Constantinopla para a França pelos Cruzados, em 1204. Após permanecer em lugar incerto e desconhecido durante 150 anos, em 1353 foi localizado em Lirey. Em 1453, passou a ser propriedade do duque de Saboia, que o colocou numa igreja de Chambéry. Em 1578, seus sucessores o levaram para Turim – onde se encontra até hoje –, para ir ao encontro do desejo de São Carlos Borromeu, que veio a pé, desde Milão, para agradecer a Deus pelo término da peste que devastara a diocese. Os pesquisadores que o veem como uma das inúmeras falsificações que aparecem aqui e acolá ao longo da história da humanidade, nem sempre se apoiam em argumentos convincentes. É o caso, por exemplo, de quem tentou descobrir nele a mortalha que envolveu os restos mortais de Jacques De Molay, Grão Mestre da Ordem dos Cavaleiros Templários, queimado vivo por ordem do Rei Felipe, o Belo, no dia 18 de março de 1314. Apesar das dúvidas e resistências, o Sudário continua a atrair a atenção e o interesse de um grande número de historiadores, por seu valor cultural e científico, e de uma multidão de cristãos, por seu significado histórico e espiritual. Para estes, a imagem desenhada no tecido sagrado é uma prova a mais do que custou para Jesus “amar a humanidade até as últimas conseqüências” (Cf Jo 13,1). Dentre as surpresas apresentadas pelo Sudário, a primeira é impressionante: a figura que nele aparece é invertida, como se fosse o negativo de uma fotografia. A descoberta aconteceu no dia 2 de junho de 1898, quando Secondo Pia obteve permissão para fotografar o lençol. Apareceu-lhe, então, em traços nítidos, o corpo inteiro, frente e dorso, de um homem flagelado e crucificado – algo simplesmente impossível de prever! Outra novidade, verificada cientificamente em 1977, é a tridimensionalidade da imagem. Desta forma, é possível destacar a distância entre o tecido e as diversas partes do corpo nele reproduzido, o que não acontece numa fotografia comum. Por sua vez, as partes do corpo que não estiveram em contato direto com o pano, também se acham nele misteriosamente impressas. A maior parte dos estudiosos que negam a autenticidade do Sudário o faz por julgá-lo obra de um artista medieval. Mas, se assim fosse, apesar de desconhecido, ele devia ser um gênio, por conseguir apresentar uma imagem ao avesso! Na verdade, no pano não foi detectada nenhuma reação química que demonstre um revestimento com matéria corante. O lençol mostra a imagem de um homem com os pulsos transpassados. Como se sabe, até poucos anos atrás se acreditava que Jesus tivesse sido crucificado pelas palmas das mãos. É o que demonstram quase todas as pinturas e imagens que retratam a crucificação. Hoje, pelo contrário, se sabe que os condenados eram pregados na cruz pelos pulsos, o que causava uma contração do polegar – exatamente como se vê no Sudário, que revela, nesse campo, um conhecimento anatômico inexistente na Idade Média. Para quem não tem maiores dificuldades em acreditar no Sudário, ele pode ser visto até mesmo como uma prova da ressurreição de Jesus. Se alguns estudiosos não conseguem explicar a imagem nele desenhada, outros afirmam que ela, pela nitidez com que aparece no lençol, só pode ser fruto da intensa luminosidade que se desprendeu do corpo glorioso de Jesus no momento da ressurreição... O que dizer, então, do exame de Carbono 14, realizado em 1988, por alguns laboratórios, “demonstrando” a origem medieval do Sudário? Para Marcos Tosatti, autor do livro “Segredos e Mistérios do Santo Sudário de Jesus”, publicado em 2009, «o exame é falho pela falta de homogeneidade das amostras. No pedaço de lençol, próximo ao ponto examinado, havia algodão e uma substância resinosa, resultado de um remendo feito na Idade Média –, o que contribuiu para alterar os dados». Em todo o caso, para o cristão, mais importante do que descobrir se o Sudário envolveu ou não os restos mortais de Jesus, é a certeza que não precisa «procurar entre os mortos Quem está vivo» (Jo 24,5).
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No dia 25 de março, o jornalista Hélio Schwartsman publicou na “Folha de São Paulo” um artigo a quem intitulou “Santa pedofilia” – talvez em referência a algumas religiões da an-tiguidade que, ao lado de seus templos, incentivavam a prostituição sagrada. A partir dos escândalos cometidos por sacerdotes e religiosos em vários países, ele questiona aspectos da legislação e da doutrina católica, sobretudo o celibato, afirmando que tais fatos não a-contecem, com a mesma intensidade, em outras instituições civis e religiosas. O artigo se soma a inúmeros outros que, nestes últimos anos, ocupam a imprensa interna-cional, colocando em luz fatos desairosos da hierarquia eclesiástica, que estariam se multi-plicando em toda a parte, a cada dia que passa. Essa avalanche de notícias e de comentários escabrosos relacionados com a vida sexual dos padres e religiosos pode ser fruto do desejo de transparência e autenticidade que se deseja ver na Igreja Católica; mas pode também ter como origem uma morbosidade psíquica que faz com que a transgressão atraia mais do que a lei e a ordem; ou ainda a vontade de se desvencilhar de tudo o que se opõe à liberdade, em qualquer acepção se queira tomá-la. Nesse sentido, por ser vista como uma espécie de superego da humanidade, a Igreja é alvo da fúria de quantos fazem seu o grito de Voltaire e do Iluminismo: “Esmaguem a Infame”. As censuras e, não poucas vezes, as calúnias contra os padres acabam por levar as pessoas menos esclarecidas a ver em todos eles um bando de criminosos ou doentes mentais. Em sua carta aos católicos da Irlanda, enviada no dia 19 de março, Bento XVI não nega o pecado da pedofilia na Igreja. Mesmo sabendo – como atesta João Pereira Coutinho, outro jor-nalista da “Folha”, em artigo do dia 23 de março – que, em sua pátria, a Alemanha, das 210.000 denúncias de abusos a menores aparecidas desde 1995, somente 300 se referem a sacerdotes católicos (ou seja, menos de 0,2%), ele reconhece que o mal existe e exige uma tomada de posição séria e radical: «Na realidade, o problema do abuso dos menores não é específico nem da Irlanda nem da Igreja. Contudo, a tarefa que agora nos cabe é enfrentar a situação com coragem e determinação». Mas, o que o Papa não imaginava, aconteceu: em meados do mês de março, ele também entrou no rol dos acusados. Primeiramente, porque, em 1980, como arcebispo de Munique, acolheu um sacerdote pedófilo de outra diocese, para que fosse submetido a uma terapia, numa clínica especializada. No final de 1981, João Paulo II nomeou-o Prefeito da Congre-gação para a Doutrina da Fé, em Roma. Nesse ínterim, seu vigário-geral anuiu ao pedido do incriminado e lhe permitiu que residisse numa paróquia como auxiliar do pároco – o que se demonstrou um erro, já que o padre não conseguiu se manter fiel a seus compromissos. O segundo caso aconteceu em 1996, enquanto o Cardeal Ratzinger exercia a sua função no Vaticano. Através de cartas enviadas por um bispo norte-americano, ele soube que um sa-cerdote abusara de 200 garotos surdos entre os anos de 1950 e 1974. Só que a notícia lhe chegou 22 anos após o término das prevaricações, e nada mais se pôde fazer, pois o padre já estava moribundo (faleceu no dia 21 de agosto de 1998). Por se compor de santos e de pecadores, a Igreja será sempre «um sinal de contradição, causa de queda e de salvação para muita gente» (Lc 2,34). Por isso, mais do que lembrar que a pedofilia acontece em toda a parte e em todos os segmentos sociais, sobretudo dentro das quatro paredes domésticas, e que só pode «jogar a primeira pedra quem não tiver pe-cado» (Jo 8,7), ela é convidada a descobrir nessa crise e nessa onda de difamação contra ela, um apelo à conversão. Se isso acontecer, a fúria da mídia, a longo prazo, terá efeito contrário, colaborando para o surgimento de padres mais afinados com a vontade de Deus e as necessidades do povo. Para Bento XVI, o enfraquecimento da fé contribui de modo significativo para o crescimen-to dos abusos sexuais. Distanciando-se dela, a humanidade perde um de seus referenciais. É o que acontece quando se declaram tabus e preconceitos o que antigamente era considerado virtude e valor. Ninguém se espante, por isso, se, num dia não muito distante, a pedofilia deixará de ser crime. Aliás, não é isso que querem certos programas de televisão ao incen-tivar atores-mirins a assumir atitudes e comportamentos próprios de adultos – adultos desa-vergonhados! –, com manifestações sensuais e eróticas que se transformam em chamariz para psicopatas que sofrem do problema? E o que pretendem as badaladas pulseiras do sexo senão impingir às crianças e adolescentes uma maldade que ainda desconhecem?! (Desco-nhecem?!).
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Nos “bons tempos antigos” – como costumam se expressar os saudosistas de um passado que nunca existiu – tudo era mais fácil. Até ser padre! O encarregado da propaganda vocacional chegava na escola do interior, entrava na sala de aula e, depois de pintar com as cores mais vistosas o ambiente que os possíveis candidatos encontrariam na casa de formação, pedia: “Levante a mão quem quer ser padre!” E, uma semana depois, partia o caminhão,carregado de crianças e adolescentes, rumo ao seminário... Não é fácil falar de pastoral vocacional num momento como o atual, em que a igreja católica passa por uma das suas crises mais agudas. Há pais que se perguntam se não é um crime permitir que seus filhos façam parte de um bando de pedófilos – como são definidos os padres por alguns meios de comunicação. Contudo, os que assim pensam, esquecem que, como em todos os segmentos da sociedade, também a igreja tem os seus santos e os seus pecadores. Esquecem que a imensa maioria do clero luta para viver serenamente a sua vocação, transformando o celibato numa fonte de amor e de doação. Esquecem,por fim, que faz mais barulho uma árvore que cai do que uma floresta que cresce... Em sua mensagem para o Dia Mundial de Oração pelas Vocações, comemorado no “Domingo do Bom Pastor” – neste ano, dia 25 de abril -, o Papa Bento XVI afirmou que não existe melhor pastoral vocacional do que o exemplo de quem continua dando a sua resposta positiva a Deus e ao povo, como faz a imensa maioria do clero católico: “Para se promover as vocações ao ministério sacerdotal e à vida consagrada e para ser mais forte e incisivo o anúncio vocacional, nada influi mais do que o exemplo daqueles que já disseram o próprio “sim” a Deus e ao projeto de vida que ele tem para cada um. O chamado é um dom de Deus, que deposita a semente no coração de seus filhos. Contudo, na maioria das vezes, diz o Papa,” Deus se serve do testemunho de sacerdotes fiéis à sua missão para suscitar novas vocações sacerdotais e religiosas a serviço do seu povo”. Poucos meses antes, dirigindo-se a um grupo de sacerdotes italianos, ele expressara a mesma convicção: “ Se os jovens vêem os sacerdotes isolados, tristes e estressados, eles pensam: “ Se esse é o meu futuro, não serve para mim!”. Precisamos, portanto, criar uma comunhão de vida que lhes faça dizer: “Sim, esse caminho pode ser um bom futuro também para mim; desse jeito, dá para viver”. Somente se forem sustentados por esse clima de autenticidade e de fraternidade os jovens de hoje terão forças para pronunciar o seu “sim” à Deus e à Igreja. Talvez antigamente fosse mais fácil deixar-se levar por motivações que, no ambiente atual, perderia a sua força. Na sociedade hodiema, para seguir a vocação religiosa e sacerdotal, o jovem precisa de mais maturidade e coragem, já que as opções ( e as tentações) são bem maiores que no passado. Foi o que quis dizer o Papa ao lembrar que o padre e o religioso serão sempre “sinais de contradição para o mundo, cuja lógica é inspirada, frequentemente, pelo individualismo. Mas,além de serem “sinais de contradição para um mundo impregnado materialismo, egoísmo e individualismo”, o sacerdote e o religioso não podem esquecer que carregam esse mundo dentro de si, com todos os seus desafios e fraquezas. Daí a necessidade de uma constante conversão, como disse Bento XVI no dia 15 de abril, em missa celebrada no Vaticano. Somente assim será possível transformar a crise atual da igreja num momento de graça e de renovação. “Ultimamente, nós cristãos, evitamos a palavra “penitência”. Agora, porém, após os ataques do mundo, que falam de nossos pecados, percebemos que é preciso voltar a fazer penitência e reconhecer que há algo de errado em nossa vida”. Para ser luz e fermento no mundo, o cristão (e muito mais o sacerdote) não pode se identificar com ele. “O que impera hoje – continua o Papa- é o conformismo, que obriga a pensar como todos pensam, e agir como todos agem. E esta sutil –ou menos sutil- agressão em vigor contra a igreja demonstra que esse conformismo pode se transformar numa verdadeira ditadura”. Quem sobreviver a esse “tsunami” que varre e purifica a Igreja, compreênderá que ele foi providencial, porque os padres e religiosos que conseguirem sobreviver, estarão mais conscientes de suas responsabilidades e, por isso mesmo, promotores de novas e verdadeiras vocações. De sua parte, sustentados pelo exemplo de padres felizes porque zelosos, os jovens repetirão com Santo Agostinho, “ Se eles e elas conseguiram, porque não conseguirei também?”
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Na manhã do dia 8 de outubro de 2009, numa escola de Dourados, um aluno de 15 anos foi morto a tiros por outro jovem de 18 anos, diante de uma centena de colegas e professores que lanchavam no pátio do estabelecimento. Ele foi uma das 52 vítimas que foram assassinadas na cidade, em 2009. Dois dias depois, em Ponta Porã, enquanto eu conferia o sacramento da crisma a 110 candidatos na igreja matriz, o irmão de um deles era friamente assassinado em frente à própria casa. Em todo o país, a violência está na ordem do dia. Cresceu tanto, que a ninguém mais impressiona – a não ser quando atinge o nosso lar. É uma guerra que se trava a céu aberto, em toda a parte. E, em sua imensa maioria, suas principais vítimas são jovens e adolescentes. Não importa se pobres ou ricos, brancos ou negros – ou até mesmo índios. Psicólogos, pedagogos e sociólogos, lideranças políticas, religiosas e policiais se interrogam sobre os motivos dessa hecatombe que assola a maior parte de nossas cida-des.Para um policial da Guarda Municipal de Dourados, habituado a lidar com esses casos, a origem da violência, principalmente entre estudantes, está ligada à desestruturação famili-ar que cresce em toda a parte: «Tudo começa em casa. A falta de equilíbrio no relaciona-mento entre os membros da família influencia diretamente no comportamento dos filhos». Aprofundando sua análise, o militar descobre outras causas. Dentre elas, o consumo de drogas, a ausência de limites, a substituição dos valores morais por interesses egoístas, o desinteresse pela educação dos filhos e a falta de apoio religioso. Para ele, são as situações pessoais e familiares de conflito não resolvidas que levam à violência. De janeiro a setembro de 2009, a Guarda Municipal de Dourados recebeu 914 chamadas de diretores de 40 escolas solicitando ajuda. Em mais de 11% dos casos foi necessário fazer o boletim de ocorrência na delegacia. De 2008 a 2009, o registro de violência nas escolas de Dourados aumentou em 40%. Tanto é verdade que diminui cada vez mais, em todo o Brasil, os candidatos que optam pelo magistério e cresce o número de professores que optam pela aposentadoria antecipada. Para não poucos pedagogos e sociólogos, a principal causa do comportamento agres-sivo e da propagação da violência entre os adolescentes é a omissão dos pais na educação dos filhos. Os adolescentes não têm limites porque os pais não sabem mandar ou proibir. Aliás, eles mesmos não se vigiam ou dominam. Assim, a escola tem que suprir a família e os professores assumir o papel de pais. Como se isso não bastasse, há pais que tomam sis-tematicamente a defesa do filho contra a escola toda vez que ele é corrigido ou censurado. É esta também a opinião de um Promotor de Justiça de Dourados: «Disciplinar os filhos é necessário para uma boa formação, até mesmo com o emprego da vara e do cinto. É um direito da criança ser corrigida pelos pais. Esse papel não é da escola. É a família que deve impor limites e ensinar valores, tais como o respeito, o amor, a dignidade, a ética e a moral». Com a autoridade que a função lhe dá – atendendo, cada mês, aproximadamente 100 adolescentes infratores –, ele continua: «A maioria deles, ou a quase totalidade, vem de famílias desestruturadas. A meu ver, a culpa maior é dos pais que não educam seus filhos como se deve». Para ele, o problema da violência não foi ainda resolvido pelo descaso do Poder público e da própria sociedade: «A população não quer se envolver em questões co-mo essa, e os políticos e órgãos públicos não investem em ações concretas que visam pre-venir e combater a violência». Apesar de não recorrer ao velho “sistema educativo” em que a vara, o cinto e o chinelo tinham um papel preponderante, o Papa Bento XVI não cansa de lembrar que o verdadeiro amor anda sempre unido à verdade. Separado da verdade, o amor não passa de camuflagem. Faz mais mal do que bem. É sinônimo de fraqueza e de capitulação. Mas a verdade sem amor nada consegue senão criar hipócritas e inimigos. Ninguém se torna melhor porque apanhou... No fundo, toda violência, independente se ela acontece na família, na escola ou na sociedade em geral, tem uma única causa: a falta de amor. A tentação é substituí-lo por receitas que nascem dos sete vícios capitais e que, por isso mesmo, nada produzem senão aprofundar a frustração e a angústia – o campo mais fértil da violência. Não foi por nada que São Paulo, depois de lembrar que «o salário do pecado é a morte» (Rm 6,23), acres-centa: «Não vos iludais: de Deus não se zomba. O que alguém semeia, isso mesmo colherá. Quem semeia no egoísmo, do egoísmo colherá a morte; quem semeia no Espírito, do Espírito colherá a vida» (Gl 6,7-8).
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.Em janeiro de 2010, realizou-se em Porto Alegre (e cidades vizinhas) o Fórum Social Mundial. Nascido como uma alternativa ao Fórum Econômico de Davos, o lema que orienta seus idealizadores é a convicção de que “um outro mundo é possível”, com a economia a serviço do social. Para conhecer um pouco mais o que acontece atrás dos bastidores da his-tória, é bom saber que, enquanto o Fórum Social alcançou, aos trancos e barrancos, a sua 10ª edição, o Fórum Econômico chegou à 40ª, o que prova que o econômico preme mais que o social. Contudo, seria grande ingenuidade negar: tudo, no mundo, gira em torno da economi-a. É ela que se oculta atrás das decisões que se tomam em encontros de chefes de Estado. Nenhum poder – nem mesmo o religioso – foge de sua influência. A maior parte dos pro-blemas que afligem as pessoas, as famílias e a sociedade nasce exatamente desta perversa inversão de valores em que o dinheiro ocupa o primeiro lugar. É assim que, enquanto uns morrem – física, psíquica e espiritualmente – porque possuem tudo o que querem, outros não sabem a que santo recorrer para fazer frente a necessidades que se tornam calamidades pela falta de recursos financeiros. É nesta realidade que se insere a Campanha da Fraternidade de 2010, desta vez orga-nizada e assumida não apenas pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, mas pelo Conselho Nacional das Igrejas Cristãs do Brasil, formado por seis confissões religiosas: Igreja Católica Apostólica Romana, Igreja Cristã Reformada, Igreja Episcopal Anglicana do Brasil, Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil, Igreja Sírio-Ortodoxa do Brasil e Igreja Presbiteriana Unida. O tema escolhido é “Economia e Vida”, e o lema: “Não podeis servir a Deus e ao di-nheiro”. O objetivo da Campanha é conscientizar a sociedade sobre um dos aspectos mais importantes de sua organização, não apenas para a manutenção da ordem, da justiça e da paz, mas até mesmo para a própria sobrevivência da humanidade. Numa palavra, trata-se de colocar a economia no seu devido lugar, a serviço do verdadeiro desenvolvimento, onde a pessoa esteja no centro, e a riqueza – que é sempre fruto do trabalho de todos – tenha como finalidade o bem-comum. Quando isso não acontece, ela acaba nas mãos dos mais fortes – senão dos mais corruptos –, jogando na miséria um número cada vez maior de pessoas, de famílias, de empresas e de nações. Em relação à sua doutrina social, a Igreja Católica sofreu uma forte guinada a partir da “Rerum Novarum” de Leão XIII, publicada a 15 de maio de 1891, guinada que se acentuou nos anos que se seguiram. De fato, em sua Carta Encíclica “Caritas in Veritate”, de 29 de junho de 2009, Bento XVI já fala de “democracia econômica”: «A vida econômica deve ser entendida como uma realidade de várias dimensões. Em todas deve estar presente, embora em medida diversa e com modalidades específicas, o aspecto da reciprocidade fraterna. Na época da globalização, a atividade econômica não pode prescindir da gratuidade, que difunde e alimenta a solidariedade e a responsabilidade pela justiça e o bem comum em seus diversos sujeitos e atores. Trata-se, em última análise, de uma forma concreta e profunda de democracia econômica. A solidariedade exige que todos se sintam responsáveis por todos, e não pode ser delegada apenas ao Estado» Em suma, uma economia à medida do homem e do planeta, que não pode prescindir da parcimônia e da frugalidade, como propugnava, há mais de três décadas, Albert Tévoéd-jré em sua famosa obra: “A Pobreza, Riqueza dos Povos”. É nesse sentido que permanece atual a crítica que Cristóvam Buarque dirige à burguesia do Brasil: «Os brasileiros ricos são pobres. São pobres porque compram sofisticados automóveis importados, mas ficam horas engarrafados ao lado dos ônibus de subúrbio. E, às vezes, são assaltados, sequestrados ou mortos nos sinais de trânsito. Presenteiam belos carros a seus filhos e não dormem tranquilos enquanto eles não chegam em casa. Pagam fortunas para construir modernas mansões, desenhadas por arquitetos de renome, e são obrigados a escondê-las atrás de muralhas». Pelo instinto de sobrevivência que o domina, o ser humano é capitalista por natureza, sempre propenso a acumular, somar e multiplicar. Mas, se não aprender a dividir e partilhar, perderá a única riqueza capaz de libertá-lo, promovê-lo e realizá-lo, e o “outro mundo pos-sível” ficará para as calendas gregas!
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.Há poucos meses, Satanás decidiu convocar uma Assembleia Geral de todos os de-mônios do Planeta, coisa que há muito tempo não precisava fazer. O motivo que o levou a tão importante decisão foi a notícia que o mundo vai terminar no dia 21 de dezembro de 2012. Se o tempo ficou curto, importa agir rapidamente, e com todas as forças, para con-quistar o maior número possível de almas antes da fatídica data. A última partida entre o céu e o inferno não pode ser perdida! No dia e na hora marcados, uma multidão incalculável de diabos desceu por todos os vulcões e se posicionou ao longo das comportas do magma, nas camadas mais profundas da terra. Após impor silêncio e ordem na bagunça que se estabelecera, Lúcifer abriu a sessão com estas palavras: «O mundo vai acabar em breve! Precisamos aproveitar dos dias que nos restam para levar muita gente a abraçar o nosso estilo de vida. Mas, já que o tempo é curto, preocupem-se apenas com as pessoas que ainda acreditam num mundo melhor. Não se importem com aquelas que já entregaram os pontos. Deixem de lado as que nos perten-cem por terem optado por tudo aquilo que é a nossa alegria, os sete vícios capitais: o or-gulho, a avareza, a inveja, a raiva, a luxúria, a gula e a preguiça. Quanto aos cristãos, não os impeçam de frequentar suas igrejas, já que a maioria as procura apenas para se sentir em paz com suas consciências adormecidas e desorientadas. O importante é que não se sintam Igreja nem se comprometam com ela. Nem os impeçam de ler a Bíblia, pois, para eles, é apenas um livro mais ou menos sagrado, e não um encon-tro com o Deus em quem dizem acreditar. Aliás, não se pode esquecer que é graças a ela que criamos a maior divisão religiosa do mundo. Para a Bíblia, o homem foi criado à imagem e semelhança de Deus, que dizem ser amor. Eis, então, o nosso trabalho: transformar os homens à nossa imagem e semelhança, para que se esqueçam, se menosprezem e se odeiem mutuamente. É o único jeito para afas-tá-los de Deus. Para tanto, mantenham suas mentes ocupadas e atraídas por toda a espécie de intrigas e besteiras. Façam com que nunca se sintam satisfeitos com nada. Persuadam-nos a colocar suas esperanças nos bens materiais, para que mantenham seus estilos de vida fúteis e vazios. Um ponto fundamental para a nossa grande vitória final é a destruição da família. No dia em que isso acontecer, o mundo estará em nossas mãos! Criem situações que impeçam os pais de ter tempo para si e para seus filhos. Bombardeiem suas mentes com todo tipo de dúvidas e novidades, para que se sintam desiludidos e perdidos, sem luzes e forças para viver o que assumiram no casamento. Convençam-nos que o amor é livre e que o casamento eterno é uma loucura. Martelem seus ouvidos insistindo que todos têm direito à felicidade, e sua fonte é o prazer e a sensualidade. Lembrem-lhes que as trevas da Idade Média acabaram e que o homem moderno pre-cisa evoluir, libertando-se das garras da religião. Expliquem que ciência e fé se opõem mutuamente e jamais poderão andar juntas. Enquanto a ciência abre campos infinitos para a realização humana, a religião infantiliza e oprime. Da mesma forma, façam-nos entender que o Estado é laico e que, por isso, não pode ser governado por princípios éticos e morais próprios de uma religião ultrapassada. É por isso que o homossexualismo, o matrimônio gay e o aborto devem ser vistos como grandes conquistas da modernidade. Outro ponto que jamais pode ser menosprezado é a nossa presença nos meios de co-municação social. Se soubermos agir, faremos deles os nossos melhores aliados. Através deles, o nosso poder se multiplica ao infinito. É graças a alguns de seus programas que a nossa influência na sociedade atual cresceu como jamais antes acontecera e o inferno está lotado. Por isso mesmo, levantemos todo tipo de obstáculos a qualquer tipo de mídia alter-nativa. Como conselho final – e é o mais importante – recorram a todos os artifícios para que ninguém se preocupe conosco. Espalhem aos quatro cantos do mundo que não existimos e que o inferno é uma balela inventada pelos padres para melhor dominar seus fiéis. Lembrem-se: o tempo é curto. O fim do mundo está às portas! Mas, se fizerem tudo isso, a nossa vitória é certa! Está encerrada a sessão! Bom trabalho a todos!»
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Em novembro de 2009, recebi a graça de passar uma semana na Terra Santa. Junta-mente com outros 150 bispos da América Latina, participei de um encontro de espirituali-dade promovido pelo Caminho Neocatecumenal, que arcou também com as despesas da viagem. A convivência aconteceu no “Monte das Bem-Aventuranças”, ao lado do Lago de Tiberíades, na Galileia. Para ser sincero, desde a primeira vez que lá estive, em 1990, devo dizer que não me senti muito atraído pelos “lugares santos”. Em dois deles, tidos como os mais importantes – a gruta de Belém e o Santo Sepulcro, em Jerusalém –, é tão intensa a afluência de turistas e tão visíveis as desavenças entre as confissões religiosas que supervisionam os templos, que é muito difícil concentrar-se e rezar. A mover os milhões de pessoas que circulam por Israel e pela Palestina parece ser muito mais a curiosidade do que a fé. Quanto a Jesus, ele conti-nua sendo um ilustre desconhecido para não poucas pessoas. Mas, não quero ser pessimista nem esmorecer a quem deseja viajar à Terra Santa. São inúmeras as pessoas que se converteram e se aproximaram de Deus ao fazerem essa pere-grinação. Saber que é uma terra escolhida por Deus para seu filho Jesus e que nela viveram centenas de milhares de patriarcas, profetas e santos faz dela um lugar único no mundo – e não apenas para judeus, muçulmanos e cristãos. Nesse sentido, posso dizer que foram inesquecíveis os momentos que passei na Basílica de Nazaré, construída sobre a casa de Maria, e no Cenáculo, onde Jesus instituiu a Eucaristia e o Espírito Santo desceu sobre Nossa Senhora e os Apóstolos. Passando do aspecto religioso para o social e econômico, preciso reconhecer que o progresso que encontrei em Israel superou qualquer minha expectativa. Apesar do solo pe-dregoso e da escassez de água, a transformação do território parece dizer que a “Terra Prometida” e o “Jardim do Éden” não são coisas do passado, mas do presente. É uma pena que o confronto entre judeus e palestinos ofusque o brilho desse desenvolvimento! São Jerônimo transcorreu boa parte de sua vida em Belém, onde ainda se podem ver algumas ruínas do mosteiro que fundou. Escrevendo aos amigos de Roma, que o invejavam por residir na terra de Jesus, ele assim respondia: «Do que nos devemos felicitar não é de termos estado em Jerusalém, mas de termos vivido bem. Os cristãos são apreciados pelo mérito de sua fé e não pelo lugar que habitam. Os verdadeiros adoradores não precisam de Jerusalém ou do monte Garizim para adorar o Pai, pois “Deus é espírito” e os seus adoradores devem “adorá-lo em espírito e verdade”. Os lugares santos da cruz e da res-surreição só são úteis aos que levam a sua cruz e ressuscitam com Cristo cada dia. Quanto aos que dizem: “Templo do Senhor, templo do Senhor, templo do Senhor” (Jr 7,4), ouçam estas palavras do Apóstolo: “Vós é que sois o templo de Deus, se o Espírito Santo habita em vós” (1Cor 3,16). Não creio que falte alguma coisa à tua fé por não teres visto Jerusa-lém, nem eu me julgo melhor por habitar neste lugar. Mas, aqui ou ali, receberás igual recompensa, de acordo com as tuas obras diante de Deus». Muito semelhante é a experiência de vida feita por Chiara Lubich: «Se escolhemos a Deus como ideal de vida – e essa é a nossa identidade –, se o colocamos em primeiro lugar, isso requer praticamente que coloquemos em primeiro lugar, em nosso coração a sua Palavra, a sua vontade. Ela deve emergir sobre tudo o mais. Diante dela, todas as outras coisas, de certo modo, devem tornar-se indiferentes, com aquela santa indiferença a que alguns santos se referem. Em nossa vida, não deve ter tanta importância, por exemplo, ser sadios ou doentes, estudar ou servir, dormir ou rezar, viver ou morrer. O importante é viver a Palavra, ser Palavra viva». Essa é a verdadeira Terra Santa. É nela que precisamos viver, aqui e agora. A outra, se um dia alguém tiver a graça de conhecer, agradeça a Deus. Mas, enquanto ela não chega, façamos nossas as palavras que um dia Deus dirigiu a Moisés: «Tira as sandálias dos teus pés, porque o lugar em que pisas, é uma terra santa!» (Ex 3,5). Feliz de quem consegue, a cada momento, desvencilhar-se de tudo o que o impede de servir os irmãos! Pois onde exis-te amor, ali nasce Jesus. E onde nasce Jesus, o tugúrio mais humilde se transforma numa Terra Santa! Dom Redovino Rizzardo, cs
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A notícia é do dia 13 de outubro de 2009 e não deixou de causar perplexidade: enquanto as Igrejas Evangélicas no Brasil recolhem entre seus fiéis R$ 1.032.081.300,00 por mês, a Igreja Católica, que tem um número maior de adeptos espalhados pelo país, consegue um pouco mais da metade desse montante: R$ 680.545.620,00. Os números foram divulgados pelo “Instituto Análise”, após pesquisa realizada em 70 cidades brasileiras. As Igrejas Evangélicas que mais arrecadam são as Pentecostais. Dentre elas, se distinguem a Assembleia de Deus e a Universal do Reino de Deus, com doações mensais que chegam a R$ 600 milhões. Cada crente oferece, em média, R$ 31,48 por mês, ou seja, mais do dobro do que os católicos deixam em suas paróquias: R$ 14,01. Mas os mais generosos parecem ser os fiéis das confissões conhecidas como “históricas”: luteranos, presbiterianos, batistas, etc., cujo dízimo mensal chega a R$ 36,03 por pessoa. A pesquisa mostrou também que o número de católicos continua diminuindo em todo o país. No censo de 2000, eles eram 73,77% da população, e os evangélicos, 15,44%. Nove anos depois, os católicos caíram para 59%, e os evangélicos subiram para 23%. Nesse ritmo, tudo leva a crer que, em vinte anos, o Brasil já não será um país de maioria católica, mas evangélica. Evidentemente, os números dizem muito, mas não tudo. Para realizar suas obras, Deus precisa de pessoas humildes e simples que, reconhecendo os próprios limites e fraquezas, se lançam em seus braços e o deixam agir. A esse respeito, é sintomática a advertência de Deus a Gedeão, que se preparava para enfrentar os madianitas com 32.000 soldados: «Tens gente demais para vencer Madiã» (Jz 7,2). No final, Gedeão ficou com apenas 300 amigos, mas o suficiente para Deus vencer. Foi também a lição que o rei Davi aprendeu após se deixar dominar pela tentação do poder: «Depois de fazer o recenseamento da população, a consciência de Davi pesou e ele disse: cometi um grave pecado» (2Sm, 24,10). Com isso, não estou justificando a nova realidade da Igreja Católica no Brasil, agora que parece perder a sua hegemonia de majoritária que sempre foi. Até vinte ou trinta anos atrás, a sociedade brasileira se caracterizava pela homogeneidade e pela tradição. Em certo sentido, bastava ser brasileiro para ser católico. Hoje, pelo contrário, todos se sentem no direito de fazer suas próprias escolhas, inclusive religiosas, que podem ser diferentes e opostas dentro da mesma família. Mas, para não fugir do título que dei ao artigo, por que os católicos perdem dos evangélicos quando se trata de meter a mão na carteira? A meu ver, a resposta é muito simples: o dízimo é sempre fruto de uma conversão pessoal. Quanto maior a conversão, maior a generosidade. Se alguém tem dúvidas, confira as conversões de Mateus e de Zaqueu. O encontro com Jesus causou neles um impacto tão forte, que lhes foi natural colocar seus bens materiais a serviço dos bens espirituais. Pelo contrário, o jovem rico não acolheu o convite de Jesus para segui-lo simplesmente porque, para ele, a religião não passava de observância dos mandamentos. Haveria ainda outros motivos que explicam essa diferença, como, por exemplo, este fato: enquanto não poucos católicos se sentem autorizados a contestar sistematicamente a sua Igreja, considerando-a rica e opressora, raros são os evangélicos que acusam seus pastores de malversação do dinheiro arrecadado. Até mesmo quando a imprensa teima em descobrir falcatruas em algumas denominações cristãs, eles preferem não julgar nem condenar. O que lhes importa é converter o Brasil para Cristo e libertar as pessoas do pecado, da doença e da pobreza. Para essa conversão geral do povo, nada impede que parte do dízimo seja direcionado até mesmo para a eleição de políticos comprometidos com a causa. Se a Igreja Católica conseguisse proporcionar com mais vigor a seus fiéis um encontro vivo e diário com Deus-Amor, tenho por mim que acabaria sendo uma das instituições mais ricas do mundo. E eu não teria tantas preocupações por não conseguir levar adiante obras que há anos estão em compasso de espera por falta de verbas... Mas, já que perguntar não ofende, até que ponto as riquezas favorecem ou prejudicam as Igrejas e os cristãos em sua missão de fermento na sociedade? Não foi justamente essa uma das desilusões sofridas pelo próprio Jesus, ao reconhecer: «A minha casa é casa de oração, mas vós a transformastes num covil de ladrões» (Mt 21,13)?
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